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Série I - Episódio 4: Estruturas Estratégicas Sólidas Como Mecanismo para Celebrar Negócios com Empresas já Estabelecidas.

Episódio 4: Estruturas Estratégicas Sólidas Como Mecanismo para Celebrar Negócios com Empresas já Estabelecidas.

Quando fui desafiada a compartilhar o meu pensamento sobre a Importância de haver estrutura estratégica sólida em novas empresas para que tenham acesso a oportunidades de celebrar negócios com empresas já estabelecidas, muitas questões me vieram à tona, ora vejamos:

  • - Quais sensibilidades poderei ferir e/ou potenciar com os pontos que me irei debruçar abaixo?
  • - Qual (is) valor (es) e/ou mais valias poderei agregar para os leitores com quem será partilhado o presente artigo?

Se olharmos para a área do Supply Chain, onde estou inserida e, pela qual sou muito apaixonada, em primeiro lugar me cingirei em “3 pilares estratégicos” os quais julgo fundamentais, pelos motivos a considerar mais adiante:

  • GLOBALIZAÇÃO;
  • ECONOMIA DE MERCADO;
  • SUSTENTABILIDADE.

1. Globalização

Com a globalização o mundo se transformou, eliminamos as distancias, contudo, buscamos também aversão ao risco.

Pelo facto de nos encontrarmos em meio à GLOBALIZAÇÃO, requere di-per-si um pensamento global e uma visão em 360⁰, requerendo e obrigando de forma constante a um “investimento muito grande”, que vai desde os factores linguísticos aos padrões de qualidade, passando pelos financeiros.

Ora vejamos, em pouco mais de 2 décadas, aqui em Moçambique as SME’s (as devidamente registadas claro) tiveram um desafio de lidar com multinacionais de todos os continentes, desde os Australianos (BHP BILLITON, Rio Tinto), Brasileiros (Vale, Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez), Americanos (Anadarko, Exxon Mobil), Ingleses (Grupo Vodafone), Franceses (Total Energies), Italianos (ENI), Japoneses (Mitsui, Sumitomo) e os Chineses (Huawei). Estes grupos que são os maiores em suas áreas, “forçaram” de certa forma as SME’s a uma versatilidade em todos os sentidos (diferentes línguas, moedas e padrões).


2. Economia de Mercado

O segundo pilar estratégico, a ECONOMIA DE MERCADO, versou as SME’s moçambicanas a desdobrarem-se ainda mais em parcerias que se consubstanciaram até em MOU’s, de modo que pudessem responder aos demais padrões exigidos por estas empresas detentoras de capital e dos activos a ser explorados em nosso solo pátrio.

Tiveram de se abrir para o mundo e, consequentemente, estas mesmas multinacionais buscaram, de certa forma abrir as portas, ou seja, desde as políticas, tecnologias, incluindo acções atinentes à padronização de suas normas de qualidade.


3. Sustentabilidade

O terceiro pilar estratégico assenta sobre a SUSTENTABILIDADE, este é um dos maiores “calcanhares de Aquiles”, senão o maior, pois, contempla também a parte financeira e a continuidade, ora vejamos, a maior prova de “sobrevivência” das SME’s prende-se mesmo com a sua capacidade financeira em responder e/ou fazer face a uma série de processos e demandas, sendo efectivamente por aí onde muitas destas empresas cometem sempre algumas gaffe’s, consideradas por mim, como sendo “erros de palmatoria”.

Durante este meu percurso no Supply Chain, deparei-me com algumas situações que minam a relacção entre as SME’s e as multinacionais, as quais faço questão de compartilhar, como por exemplo:

  1. - Durante o processo de RFX’s e de cadastro/registo da empresa na base de dados de qualquer das empresas multinacionais supramencionadas, e não só, elas cumprem com quase todos os gates até a efectivação na totalidade do cadastro. Sucede que, na maioria das vezes, submetem propostas com preços baixos ou abaixo da real quota do mercado de modo a serem adjudicadas e, após esta mesma adjudicação, elas se mostram incapazes em honrar com os contratos, comprometendo desta feita todos os cronogramas traçados incluindo as metas das mesmas;
  2. - Outro factor, prende-se pelo facto destas mesmas SME’s não terem liquidez suficiente para se aguentarem perante as exigências destas grandes empresas, desde as garantias bancarias exigidas, passando também pelos prazos de pagamento das facturas, sendo que, o prazo médio de pagamento está em torno de 30 até 120 dias após a entrega e aprovação do equipamento (para os materiais) ou mesmo para a validação dos serviços prestados e aprovação da mesma.

Resumindo, é sim importante e imprescindível que tenhamos as empresas moçambicanas devidamente registadas, inclusive com a respectiva página web devidamente activa e actualizada, pois, o primeiro due dilligence inicia com uma simples consulta na sua página, até a visita física as suas instalações.

É igualmente necessário que estas empresas tenham um pensamento estratégico global, que as possibilita criar parcerias através de MOU’s com outras empresas globais e/ou multinacionais e consequentemente, gerar sinergias.

Finalmente, é necessário que os principais intervenientes nestes processos possam sempre agir de forma ética e correcta.

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